2 de dezembro de 2011

Editorial





Samba. Quando não tinha samba a vida era muito ruim. Tião, Zé, Juca, mundo pequeno, em imensidão. Coração e cabeça escorrendo pelo lado de fora do corpo e agarrando na cintura. Muita cintura e pouca paúra os bens do Brasil são. Oh! De casa. Deus Esteja!!! Vem de cá para ajardinar e ensolarar os daí e de toda parte. Motivo de alegria. A dança dos contigos. Deslembrar os ensimesmados. Bate-queixo  para a alma esfomeada. Nas des horas e no anti-horário. Nunca em desperdício. Instinto. Eh! Sambare... Esse batuque rua é toda mira e constelação para todo amor passar. Passa, passa, pára, pára, fica, fica, de brasilidade. Idiossincrasia e conforto por etnocentrismo  daqui pra aí. Dois pra lá, dois pra aí.  Remandiola e vida pintada com tinta escorregadia na des hora do vamo ver. Daí para o  tem céu-de-brigadeiro nesta terra de ninguém. 02 de dezembro para toda Terra. Resposta em calendário do amor demais. Água de beber limpa no refresco da madrugada que vai amanhecer o novo mundo. Brasil, Brasil, samba, samba, mundo, mundo. Hey Joe o samba está chegando pra você. Relaxa e banca Joe. O movimento é circular carioca, baiano, brasileiro.  Banca aí Joe o espírito de alegria e paz que o samba dissemina e banca. Palma da mão. Sem gritinhos nem urros. Palma da mão.Muita cintura, pouca paúra. Escuta Joe, agora que o mundo está pequeno na palma da mão. Vem comer na mão do samba. Mundo são, Brasil são, Homem são.  Oh! Joe!!!  Oh! De casa!!!  Deus Esteja!!!

Música: Moacyr Luz




A gênese do samba, do fazer samba e sambar, comunga com o seu entorno, e, por conseguinte, o samba é muito diferente da cultura de massa que se aplica por hierarquia ao povo. O samba é da massa. O samba é do trabalhador. Moacyr Luz é como todos os trabalhadores do samba, que nos permitem asseverar esta equação, que o samba é um universo que não impõe distâncias aos seus interlocutores. Sambistas de compor, de cantar, de dançar, de gingar, estão caracterizados e vivem sob a mesma estrutura de realizar a cultura do povo. O povo protagoniza sem possibilidades hierárquicas pelas quais um elemento se sobreponha e exclua o outro. Zeca Pagodinho realça mas não é alça deste universo e canastra. Todos sambam na mesma pele e fantasia e configuração. Terreiros, ruas, praças... O samba é em expansão, porém, ai porém, não menoscabe ambientes fechados. O desfile é sua plataforma e expõe sua plasticidade em padrão estético que enfrenta e arrebenta com os padrões de comportamento e disciplina por governo da indústria cultural. Dela mesma que patrocina o vazio, imenso vazio, de ética, da ética necessária e imprescindível na realização dos processos culturais da raça humana. O samba é processo de vida de se viver e não apenas apreciar. Agentes da passiva são o sujeito abjeto e conquista da indústria cultural. Agentes combativos são o sujeito em expressão e vitória da vida por concerto em samba. Moacyr Luz realiza com expressão viva a natureza viva do homem pela opção e alma no samba. Nossa Cidade de São José do Vale do Rio Preto saúda a oportunidade de receber o samba de todos nós em presença, gestos, cantoria e versos de Moacyr Luz. 

Moacyr Luz - Saudades da Guanabara (Moacyr Luz/Aldir Blanc/P. C. Pinheiro)

Moacyr Luz - Zuela de Oxum  (Moacyr Luz/Martinho da Vila)

Moacyr Luz - Samba de Fato  (Moacyr Luz/Paulo César Pinheiro)



Saiba Mais Sobre Moacyr Luz: AQUI, AQUI e AQUI
Ouça seus discos, AQUI

Artes Plásticas - Lan

          "Flamenguista, portelense e apaixonado pelas curvilíneas mulatas que se confundem com a geografia sinuosa do Rio de Janeiro.
          Essa descrição poderia ser aplicada a muitos cariocas, mas ela resume a vida e a obra de um gringo oitentão que se apaixonou à primeira vista pela Cidade Maravilhosa e transpôs através de um traço inconfundível as belezas que encontrou - principalmente as das mulheres.
          Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini, ou simplesmente Lan (sugestão do amigo e jornalista Samuel Wainer), nasceu em Montevarchi, Toscana, na Itália, no dia 18 de fevereiro de 1925. Levou uma infância nômade, em virtude da profissão do pai, um músico de orquestras. Aos quatro anos chegou a São Paulo, onde permaneceu por três anos, até ir para Montevidéu. Em setembro de 1952, Lan visita a cidade do Rio de Janeiro e aceita o convite de Wainer para trabalhar no jornal 'Última Hora', fixando-se em definitivo na cidade um ano depois."
Texto de Marina Andrade, AQUI


    Mitos Cariocas: Lan (Moacyr Luz/Aldir Blanc)






Saiba Mais Sobre o Lan, AQUI e AQUI

Conselheiro Brás Mandou Ver - Dia de Feira


          Aproveitando o mote da visita do Moacyr Luz à Calçada da Cultura no próximo dia 09/12 e o fato de estar prestes a se iniciar uma nova mostra no CineClube Humberto Mauro, dessa vez  dedicada ao Samba e sua intersecção com o cinema, apresentamos nesse espaço o delicioso filme realizado pelo cineasta Hugo Moss, Dia de Feira. O curta aborda de forma descontraída  uma barraca  que é o ponto de encontro em que Moacyr Luz e vários amigos se confraternizam semanalmente em uma feira na Tijuca.











A Mostra Samba na Tela começa no dia 07/12, no CineClube Humberto Mauro, na Estação, sempre com entrada franca, e contará com os seguintes filmes:



07/12 - Meu Tempo é Hoje - Paulinho da Viola
10/12 - Noel - Poeta da Vila
14/12 - Cartola, Música para os Olhos
17/12 - O Mistério do Samba
21/12 - Um Homen de Moral - Paulo Vanzolini
28/12 - Rio Zona Norte

                                          


Acompanhe a programação do CineClube Humberto Mauro, AQUI

Calçada da Cultura - Manifesto Antropossamba e Batizado de Oscar Niemeyer

Relembrando aqui o dia em que a Calçada da Cultura fez uma visita à Ipanema. O dia começou com a chegada dos personagens, que foram espalhados pelo Calçadão, despertando a curiosidade dos transeuntes. Muitos tiraram fotos com os bonecos de Pixinguinha, Tom Jobim, Glauber Rocha e outros. Teteco era uma atração à parte. Elétrico, o saudoso sambista, já octagenário, pulava e sambava de um lado para o outro, encantando a todos.

Um avião carregando uma faixa em que a população de São José saudava Oscar Niemeyer e a Banda de Ipanema introduziu o grupo Antropossamba, que além de tocar versões de alguns clássicos da música brasileira, defendia as composições do artista e compositor valeriopretano Magro Nei.

Grupo Antropossamba



Magro Nei estava lançando o Manifesto Antropossamba, que reinvidica mais atenção e mais verbas para o samba, que vêm sendo sempre colocado em segundo plano em relação ao cinema, teatro e outras artes. Agora, até grandes shows de rock têm tido autorização para fazer captações milionárias via lei Rouanet (assine também o manifesto, AQUI). O primeiro nome a assinar o manifesto foi o arquiteto Oscar Niemeyer, seguido de Martinho da Vila.

Pra ser evento da Calçada da Cultura tinha que ter um batizado, e o homenageado da vez foi o Oscar Niemeyer. O padrinho foi seu neto Paulo Niemeyer.
Com os personagens, Teteco, Batizado e a distribuição de cachaça e rapadura, o Posto Nove virou Santa Fé, Estação e São José em Ipanema.

Batizado de Oscar Niemeyer


Pra fechar o grande dia, uma apresentação da Banda de Ipanema, parceira tradicional da Calçada da Cultura, transformou tudo num imenso carnaval.


Banda de Ipanema

Antropossamba, o Manifesto

         O Samba é para a humanidade porque a vida de graça é mais barato. Rosas, rosas, rosas... Cartola, Dorival Caymmi e Guimarães Rosa.
       Refresco, jogo-de-cintura e faxina no inconsciente coletivo da humanidade. 
       Na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e na cidade de Havana as veredas... A humanidade em seu grande sertão.
       O aquecimento global é filho da indústria cultural que é mãe da pop art. Hollywood é pai da estética da brutalidade. Petrificado. Petrificando.
       O Ministério da Cultura é o Ministério do Cinema Nacional. O Samba é para a humanidade.
       A levada com sustentabilidade virá pelo Ministério do Samba de botar o planeta na rua.
       O Samba e a energia são comunitários, o Samba e a comunidade geram energia, a energia e a comunidade fraterna são crias do samba.
       Professorinhas não tem medo de Escola de Samba e a Capoeira está italiana aí mesmo, para provar que a ginga escora o por
a língua de Bum bum, pa ti cum bum, pro gurundum pela escola de a, b, c...
       A alegria de sapatear. Nada a ver com a tristeza é senhora da "malandragem" sino-paraguaia. Nada a ver com aquele modo de querer adoçante, água com açúcar, de pôr panos-quentes de secar atrás de geladeira, para esquentar o mau gosto. O Samba é em expansão e conserva naturalmente o batuque facho de luz.
       Sujeito homem objeto é o círculo penoso da indústria cultural e assim se empareda e pendura pensamento, a liberdade de pensar, de meninos e meninas tecnologia pura.
       Cintura quem dá é a Cultura. Cultura quem dá é a cintura.
       A jornada pop de lazer resgata a jornada de trabalho das fábricas da revolução industrial em sua exploração humana e produção em série.
       Martinho da Vila é sujeito estandarte.
       A indústria cultural veste standard e o Samba dá guarida sem guarda-roupa.
       O samba é a pele para se vestir a humanidade.
       Bondade nua, bondade nua.
       O círculo fechado da indústria cultural em linha reta, que derruba florestas, não tangencia as curvas que o Samba projeta com Oscar Niemeyer, Di Cavalcanti e Heitor dos Prazeres.
       O totem não torna ao tabu. Estamos degustando o outro Bispo, o do Rosário, que despencou da razão e reciclou nossas sandálias e os nossos sonhos e as nossas almas.
       Delegados pop star estão de plantão para conferir os sabonetes, os computadores, os automóveis, os estoques de informação alienante, que cada garoto propaganda coleciona em seus aposentos em apartamento com vaga na garagem e vida no subterrâneo.
       O impulso étnico de miscigenação e mistureba para a alma coletiva da humanidade quem pode criar dois por quatro é o Samba.
       América/ Império/ Calvino/ Lucro/ Estado/ Polícia/ Pop/ Preto e Branco e Porrada.
       Brasil/ Coletivo/ Gilberto Freyre/ Órfico/ Doador Universal/ Povo/ Sob as ordens de mamãe/ Bamba/ Cores e Cordialidade.
       Pela lábia. Com a lábia correndo solta.
       O ócio para que temos formação e informação, nós oferecemos pelo carro alegórico chefe do Samba.
       Noves, tantos quantos noves dentro, Oswald de Andrade, Lima Barreto, Machado de Assis, Pixinguinha, Euclydes da Cunha, Ismael Silva, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Elizeth Cardoso... Portela, Mangueira, Serrinha e Salgueiro, o matriarcado para ajudar a humanizar a humanidade.
       Coisinha tão bonitinha do Pai, do Filho e para o adianto do Espírito.
       Nonada. Batuque que ninguém ouviu é de contradição.


Assine e divulgue o Manifesto Antropossamba, AQUI

Biblioteca Comunitária Novos Horizontes realiza atividades culturais em parceria com escola municipal

                                                                                    por Jaqueline Deister


Democratizar o acesso ao conhecimento. O lema é usado por políticos que querem ascender nas pesquisas eleitorais e por acadêmicos que estudam os rumos da Educação no Brasil. Mas são poucos os que deixam a teoria de lado para colocar a mão na massa.

O projeto Novos Horizontes, localizado na comunidade rural de Morro Grande, em São José do Vale do Rio Preto, é um exemplo de iniciativa que tem se firmado como alternativa à falta de infraestrutura em áreas rurais isoladas do centro urbano.

No último dia 19, os coordenadores do projeto Michel Cabral e Rodolfo Branco realizaram a quarta atividade anual que ocorreu em parceria com a Escola Municipal Maria Euquépia e reuniu cerca de 70 crianças, com idade entre cinco e doze anos.

O encontro que ocorreu na Biblioteca Comunitária Novos Horizontes buscou aproximar crianças e jovens de temáticas ligadas ao meio ambiente, à cultura brasileira e a leitura. Para que isso fosse possível, oficinas de poesia, capoeira, cavaquinho, eco artesanato e a exibição do premiado curta metragem Maré Capoeira (2005) foram utilizadas como ferramentas de ensino.


Exibição do filme Maré Capoeira para as crianças.



A novidade do evento foi a integração com o projeto Escola de Música Calçada da Cultura, que tem a coordenação de Magno Pacheco. A parceria possibilitou a oficina de cavaquinho com Luiz Carlos Botelho. Ritmos como o baião e o samba foram os mais explorados durante a aula.

Para a professora convidada, Gisele Stumpf, que ministrou a oficina de poesia, o interesse dos alunos durante a atividade superou as suas expectativas. “Foi muito gratificante participar como voluntária do projeto, principalmente por notar o envolvimento dos alunos, o que no atual mundo educacional é bem raro,” destaca Gisele.



Oficina de Eco artesanato, ministrada por Rodolfo Branco



A parceira com a escola teve como objetivo aproximar as comunidades vizinhas Glória e Roçadinho do projeto. A iniciativa foi bem recebida pelos educadores. De acordo com a supervisora escolar, Valéria Moreira, devido aos problemas de infraestrutura e transporte urbano, a escola Maria Euquépia não realiza com frequência atividades extraclasse: “A integração cultural é muito importante, pois ajuda os alunos em seu desenvolvimento global, ao estimular várias áreas de conhecimento eles vão conseguindo assimilar melhor suas aptidões, produzindo novas habilidades cognitivas”.

Ainda segundo Valéria, há uma necessidade de espaços que trabalhem com a produção de cultura e arte na comunidade e a Biblioteca tem conseguido suprir esta demanda com as atividades periódicas.

As crianças também saíram satisfeitas do encontro. Para Luiz Fernando Botelho o “mais legal” foi poder trocar o que ele aprendeu com as outras crianças. O jovem que tem um gosto eclético para literatura é um dos frequentadores da Biblioteca Comunitária Novos Horizontes.



Brindes distribuídos no evento


Apesar do pouco espaço e do improviso para a realização das atividades, a Biblioteca que vive de doações, já conta com um catálogo de 3 mil livros. Para o idealizador da iniciativa Michel, todo esforço tem valido à pena: “É bastante dedicação que precisamos, encontramos resistência na comunidade, mas tem sido muito produtivo ver que as crianças estão interessadas e exercitando a cidadania”.
Outro motivo que gera satisfação no psicólogo é saber que a escola desativada há mais de cinco anos pela prefeitura de São José hoje abriga a Biblioteca Comunitária do Morro Grande.  Michel, que foi nascido e criado no bairro, espera com o projeto criar oportunidades para que os jovens conheçam o universo literário e invistam em sua formação profissional.
A próxima atividade do projeto Novos Horizontes já está com data marcada. No dia dez de dezembro, uma roda de leitura promete fechar o ano de 2011 com a certeza de que o ponta pé inicial para o fomento à Educação e Cultura na comunidade foi lançado.

Artigo: Deus e o mercado na terra do capital

Deus  e o mercado na terra do capital.  
                                                                       (Parafraseando Glauber descaradamente)

                                                                                                                                       Por  Gazú

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
Mateus 6.19-21



          A sociedade de consumo que parte da raça humana idolatra e adora como DEUS moderno e que faz das aparências seu altar sagrado, é o vírus que está acabando com o que restou de vida solidária e  social da espécie  humana. Porque faz as aparências parecerem melhor do que o conteúdo das pessoas. Acredito que quando Moisés queimou o bezerro de ouro a milhares de anos atrás já estava prevendo a escravização dos  humanos ao DEUS MERCADO. Como o DEUS MERCADO seduz e vira vidas ao avesso? Com o brilho do “ouro” traduzido atualmente em aparências bonitas e vistosas sem conteúdo nenhum, ou melhor, as vezes até com conteúdo, mas escravizado às leis de mercado. Quanto mais oferendas se dá ao DEUS MERCADO, (juros altos, entrar no rotativo do cartão, usar cheque especial como renda, etc) mais oferendas o DEUS MERCADO exige para se fartar. E, quando o adorador já não tem dinheiro nenhum descarta o mesmo, colocando no SPC, e dizendo para todos : Taí mais um quebrado, taí mais um falido. Todos conhecem casos assim, pessoas que se desdobram para manter as prestações do carro, o seguro do carro, a manutenção do carro, a prestação da TV a cabo, os eletro-domésticos de primeira linha em casa, num culto extremo de adoração ao DEUS  MERCADO. E, quando vê  seus filhos já são adolescentes, sua mulher já arranjou outro companheiro, as prestações do carrão estão atrasadas, (e o banco vem buscar o carrão, e apesar disso ele continua devendo ao banco) a TV a cabo foi cortada por falta de pagamento, etc. Exemplos não faltam. Já o DEUS verdadeiro representado pelos livros sagrados de várias religiões não prega nada disso. Observe aqui que não estou falando dos mercenários da fé que da mesma forma adoram ao DEUS MERCADO disfarçados de DEUS ESPIRITUAL. A  citação bíblica no início do artigo é para chamar a atenção sobre  atualidade do texto e da capacidade de visão, de iluminação divina, que foi concedida a Mateus e a Moisés naquela ocasião, séculos atrás. O DEUS MERCADO não gosta de coisas simples e sem valor agregado. Um exemplo: Quando éramos meninos brincávamos com coisas simples, sem valor agregado. Talvez os únicos símbolos que agradavam ao DEUS MERCADO eram alguns brinquedos industrializados entre eles a bola de futebol. Coisas que geravam pouco negócios ao DEUS MERCADO. Hoje, as crianças se divertem individualmente com seus vídeo-games, seus computadores, TVs, ou com  um  produto licenciado por uma moça da TV, que geram milhões de dólares em valor agregado. Nossas brincadeiras eram simples, mas geravam sociabilidade, convívio com outras crianças, integração de raça e religiões. Não precisávamos de estatuto da criança e adolescente por que o estatuto se materializava em nossas mães que nos educavam e nos faziam andar do lado bom da vida. É claro que precisamos ganhar dinheiro, para viver nesta selva de pedra, mas não precisamos entregar a alma ao DEUS MERCADO.

Sobre o AutorJosé Luis Dias Gonçalves é Bacharel em Ciências Contábeis, militante cultural/social, conhecido pela alcunha de  Gazú

Fotografia Com Célia - Moacyr Luz









VJ Marcelo Pelo Mundo - Cesária Évora




Cesária Évora anunciou esse ano a sua aposentadoria, saiba um pouco mais sobre a diva dos pés descalços:

          "Nasceu em 1941, na cidade de Mindelo, na ilha de São Vicente, arquipélago de Cabo Verde. A cantora iniciou sua carreira no fim dos anos 1950, fazendo apresentações aos domingos na praça principal da sua cidade. Lá ela teve oportunidade de aprender a cantar com o mestre e amigo Gregório Gonçalves, do qual interpreta muitas canções até hoje em dia.
          Aos 16 anos, aprendeu estilos tradicionais da música cabo-verdiana, como a Morna e a Coladera. Desde essa época, Evora começou a cantar em bares e hotéis, e com a ajuda de alguns músicos locais, iniciou sua carreira, recebendo o título de “Rainha da Morna” de seus fãs dos anos 1960.
          Após um período de dez anos sem se apresentar, com o apoio de amigos voltou a fazer shows em Portugal e gravou, em 1988, o álbum “La Diva aux Pied Nus”, em Paris, trabalho aclamado pela crítica. Em 1992, Evora gravou Miss Perfumado, consagrando-se como estrela internacional aos 47 anos de idade. Em 2004 conquistou o Grammy de melhor álbum de world music contemporânea. Em 2009, o presidente francês Jacques Chirac distinguiu-a com a medalha da Legião de Honra de França."
Texto, AQUI

Cesária Évora - Miss Perfumado


Cesária Évora - Nho Antone Escaderode


Cesária Évora - Saia Travada




Site Oficial, AQUI
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Quadrinhos - André Dahmer

O carioca André Dahmer tomou a web de assalto no começo do milênio com seus Malvados – dois personagens parecido com girassóis que trocavam comentários ácidos sobre a sociedade; consolidou seu público com figuras como Emir Saad - o monstro de Zazanov, o atormentado Ulisses e até os 12 apóstolos; e reinventou os quadrinhos nacionais utilizando personagens descartáveis, que desapareciam com a mesma velocidade com que eram criados, após terem cumprido sua função narrativa dentro daquele breve espaço de três quadrados que convencionamos como “tirinha”.
Texto, AQUI









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Blog do Dahmer, AQUI



Quadrinhos - Nelson Cavaquinho

Não podíamos deixar passar em branco o centenário do grande compositor Nelson Cavaquinho acontecido no último dia 29 de outubro. Para isso buscamos uma sensacional reportagem em quadrinhos publicada pelo site Catacra Livre, e prometemos futuramente uma edição dedicada ao grande Nelson:




Open publication - Free publishing

Texto: André Carvalho
Arte: Alexandre de Maio

+ Moacyr Luz

          "Moacyr Luz se despertou para a música ainda adolescente, após a morte de seu pai, numa tentativa de aliviar a dor da perda. Ainda garoto, acompanhava seu primo que estudava violão na casa da família onde morava o músico Hélio Delmiro. Com 19 anos Moacyr grava sua primeira música com a cantora Lana Bittencourt: "Eu me descubro". Além de fazer parcerias com músicos iniciantes, em 1984, Moacyr conhece Aldir Blanc, com quem possui 90 músicas gravadas em parceria até hoje. Além de Aldir, Moacyr compôs e tocou com Paulo César Pinheiro, Luiz Carlos da Vila, Hermínio Bello de Carvalho, Nei Lopes, João Nogueira e Martinho da Vila e teve várias de suas composições interpretadas por artistas do quilate de Beth Carvalho, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Nana Caymmi, Ivan Lins, entre outros."
Texto de Igor Chaves, AQUI


Beth Carvalho - Cabô Meu Pai (Moacyr Luz/Aldir Blanc/Luís C. da Vila)

Aline Calixto - Eu Só Quero Beber Água (Moacyr Luz)

Ana Costa - Pra Que Pedir Perdão  (Moacyr Luz/Aldir Blanc)


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Poesia: Poema Obsceno - Ferreira Gullar



 Poema Obsceno (Moacyr Luz/Ferreira Gullar)  

Façam a festa
cantem e dancem
que eu faço o poema duro
o poema-murro
sujo
como a miséria brasileira 


Não se detenham:
façam a festa
Bethânia Martinho
Clementina
Estação Primeira de Mangueira Salgueiro
gente de Vila Isabel e Madureira
todos
façam
a nossa festa
enquanto eu soco este pilão
este surdo
poema
que não toca no rádio
que o povo não cantará
(mas que nasce dele)
Não se prestará a análises estruturalistas
Não entrará nas antologias oficiais
Obsceno
como o salário de um trabalhador aposentado
o poema
terá o destino dos que habitam o lado escuro do país
- e espreitam.


Esse poema de Ferreira Gullar foi musicado por Moacyr Luz para o disco A Sedução Carioca do Poeta Brasileiro:

          "É o sétimo disco do cantor e compositor Moacyr Luz, que desta vez surpreende: em vez dos habituais excelentes parceiros, musicou obras de vários poetas brasileiros que enalteceram, em épocas distintas, o Rio de Janeiro e seus encantos. Aqui, a Cidade Maravilhosa nos é apresentada como num caleidoscópio, com pontos de vista diferentes para locais e situações também distintos. Não falta obviamente a natureza privilegiada com suas praias e montanhas, o povo com seu costumeiro bom humor, as situações do cotidiano da Zona Sul e do subúrbio, mas desta vez o paradisíaco disputa espaço com o violento e o selvagem, hoje obrigatoriamente partes desse cartão postal mundial.
          O cantor e seu violão têm acompanhamento do consagrado sexteto de choro Água de Moringa. Outros destaques são a inspirada capa desenhada pelo ilustrador Lan e os comentários emocionados - por vezes irreverentes - do humorista Jaguar, faixa-a-faixa. Dois monstros sagrados do folclore carioca."



Saiba Mais sobre esse projeto, AQUI
Saiba Mais Sobre Ferreira Gullar, AQUI e AQUI

+ Lan

          "LAN é o maior exemplo de que para ser carioca não é necessário nascer no Rio. Nascido em Florença, fez escala em Montevideo e Buenos Aires antes de fincar seu lápis no Rio de Janeiro. E quem consegue, no risco ágil deste fino objeto, traçar e traduzir com precisão o humor, a vida, a nonchalance da gente da nossa cidade, que para ele não tem mistérios, mas encantos que o seduzem todos os dias? Portelense da antiga e filho de Oxalá , LAN é saudado nas escolas de samba com rufos de surdos, taróis e repiques, não tivesse ele ao longo de sua carreira se dedicado com afinco a retratar o povo do samba. E não tivesse ele também tantos afilhados espalhados pelos vários morros. E as mulheres do LAN ?..." - Haroldo Costa

          "O traço do Lan é inconfundível, ele consegue juntar a simplicidade com o refinamento, próprio dos artistas de grande sensibilidade." - Paulinho da Viola
Depoimentos, AQUI






Saiba Mais Sobre o Lan, AQUI e AQUI

+ Cesária Évora

          
          "Quem ouve um de seus oito discos percebe logo que está diante de algo muito especial. A voz é profunda, sentida, inesquecível. A música, delicada, se alterna entre os dois gêneros típicos de CaboVerde: a morna (que lembra o samba-canção, com uma pitada de fado) e a coladeira (mais dançante, próxima aos ritmos do Caribe). Mas a maior surpresa é a língua. À primeira audição, parece um português esquisito, embolado: é o crioulo, mistura de português, francês e idiomas africanos.
          No palco, sua marca registrada são os pés descalços —tão famosos que já deram margem até a interpretações sociológicas. Para alguns intelectuais, ela estaria representando a pobreza de Cabo Verde ou defendendo de alguma forma os direitos da mulher. Cesaria acharia graça, se não fosse tão brava. “Não quero representar nada”, diz. “Para isso basta a minha música. É que nunca gostei de sapato.”    
Texto de Ana Ban, AQUI


Cesária Évora & Marisa Monte - Mar Azul


Cesária Évora - Sodade


Cesária Évora - Velocidade


Site Oficial, AQUI
Saiba Mais Sobre Cesária Évora, AQUI e AQUI

+ André Dahmer








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Blog do Dahmer, AQUI



Fora de Catálogo - Capas do Lan



O ponto de contato entre o Lan e o Moacyr Luz, dois dos nossos personagens desse mês, alem da amizade de anos, é uma capa que o artista fez para o disco do músico abordado na seção de poesia desse mês. Lan fez várias capas clássicas de discos ao longo de sua carreira, dentre elas as desses discos:


Dorival Caimmy - Eu Vou Pra Maracangalha (1957) , baixe AQUI



 Pixinguinha - A Velha Guarda (1955), baixe AQUI


                                                               
                                                                   Ouça aqui:
                                                    


Esse player foi tirado do excelente site Samba de Raiz, que disponibiliza inúmeros álbuns clássicos para audição em streaming, AQUI

++ Moacyr Luz


          "Se você nunca ouviu falar de Moacyr Luz, provavelmente já ouviu algumas de suas músicas nas vozes famosas de Gilberto Gil (Mico Preto) ou Beth Carvalho (Saudades da Guanabara). Isto para não falar em Nana Caymmi, Alcione, Fátima Guedes, enfim uma infinidade de cantores que se deixaram fascinar pela música deste carioca da Tijuca que não sai de Vila Isabel." 

          "Polivalente, Moacyr joga nas onze: produtor, arranjador, compositor, violonista, cantor, e fazedor de amigos. E, que amigos! Ouvinte privilegiado, desde pequeno, ainda adolescente ouvia extasiado, aos ensaios de Elizeth Cardoso acompanhada ao violão por Hélio Delmiro. É que ele, aluno do violonista, era levado ao apartamento da cantora, e lá ficava em um canto, quieto, impressionado com a voz, que a consagrara como a “Divina Elizeth”, e o violão genial de Delmiro."


Texto de Cléber Cordeiro, AQUI 




Moacyr Luz - Benza, Deus (Moacyr Luz/Luiz Carlos da Vila)


Moacyr Luz - Som De Prata (Moacyr Luz/Paulo César Pinheiro)


Moacyr Luz - Pra Que Pedir Perdão  (Moacyr Luz/Aldir Blanc)



Saiba Mais Sobre Moacyr Luz: AQUI, AQUI e AQUI
Ouça seus discos, AQUI

++ Lan

"Foi através dos desenhos do Lan que eu aprendi a comprender e amar o Rio." - Borjalo

"O Lan se confunde com o Rio e o samba. Assim como as caricaturas, suas capas de disco fizeram história." - Hermínio Bello de Carvalho

"O Lan é um exemplo de que o Brasil pode dar certo" - Aldyr Blanc

"Quem inventou a mulata, não foi o português, foi o Lan" - Carybé

Depoimentos, AQUI






Saiba Mais Sobre o Lan, AQUI e AQUI