23 de setembro de 2011

Editorial


O novo está no ovo do vô e da vó. 
 O ovo está no novo do vô e da vó. 
  O vô e a vó tem o ovo do novo. 
   O novo do vô e da vó está no ovo. 
    O ovo vem do vô e da vó com o novo. 
     O vô e a vó vem do ovo do novo. 
      O vô e a vó estão de novo no ovo. 
       O ovo... está de novo com o vô e a vó. 
        O novo ovo vem do vô e da vó. 
         O ovo novo está com o vô e a vó. 
          O vô e a vó são de novo o ovo. 
           O novo para o vô e a vó está no ovo. 
            O ovo está de novo com o vô e a vó. 
             O vô e a vó são o ovo do novo. 
              O novo vô e a nova vó estão no ovo. 
               O ovo só é novo se do vô e da vó. 
                O novo é ovo. 
                 O ovo é do vô e da vó. 
                  O vô e a vó são do novo. 
                   O novo é do vô e da vó. 
                    O ovo dá o novo. 
                     O novo. 
                      O ovo. 
                       O vô e a vó.

Música - Kiko Dinucci

          
        



  Nesta edição da Meio-Fio, vamos abordar a produção da música comtemporânea brasileira, produção esta que vêm sendo criminosamente ignorada pelos meios de comunicação de massa do país. É uma geração inteira de grandes artistas que têm sua obra restrita a pequenos nichos do público e não chegam ao conhecimento da maioria da população brasileira. Eles acabam se utilizando da internet como principal meio de divulgação, colocando inlusive seus discos para que todos possam baixar gratuitamente. Começamos com o Kiko Dinucci.






          "Kiko Dinucci nasceu em São Paulo em 1977. Como compositor trabalha diretamente com a musicalidade paulista e paulistana influenciado por compositores como Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini, Geraldo Filme, Raul Torres e compositores contemporâneos como Itamar Assumpção, Luiz Tatit, Wandi Doratioto, entre outros. Seu cancioneiro é composto de Sambas, Lundus, Jongos e Modas de Viola. Trabalha atualmente com o Bando AfroMacarrônico composto de um repertório de músicas de sua autoria."
Texto completo, AQUI

Kiko Dinucci - Engasga Gato (Kiko Dinucci)


Metá Metá - Vias de Fato (Kiko Dinucci/ Douglas Germano/ Edu Batata)


Dom e Kiko Dinucci - Ciranda Para Janaína (Jonathan Silva/Kiko Dinucci)




          Além do trabalho om o Bando AfroMacarrônico, Kiki Dinucci já lançou um trabalho em dupla com a cantora Juçara Marçal (Padê - 2007) e outro com o compositor Douglas Germano (Duo Moviola - O Retrato do Artista Quando Pede - 2008). Em 2009 lançou o cd Na Boca dos Outros, em que sua música é interpretada por diversos cantores. Agora em 2011, ele se juntou novamente à antora Juçara Marçal e ao saxofonista Thiago França para formarem o trio Metá Metá e lançarem um dos melhores discos do ano.

          "O nome Metá Metá vem da língua iorubá e pode ser traduzido como a síntese de três elementos em um. É graças à síntese do violão de Kiko, da voz de Juçara e do sax de Thiago França que um novo universo se representa através de um disco, com músicas marcantes, numa sintonia de composições e acordes coesos, que contam histórias e se completam.
          A união é extremamente bem vinda aos ouvidos, pois o peso de Metá Metá se encontra exatamente na singularidade de seus três elementos unidos. A voz forte de Juçara Marçal é doce e firme, como se viesse da alma da cantora, até chegar ao ouvinte. Na base, o violão de Kiko Dinucci experimenta e testa os limites e sentidos do instrumento e dos ouvidos, enquanto vai marcando a música, acompanhando as composições e ajudando a contá-las. O sax de Thiago é rebelde, ora nervoso, ora sereno.
          O marcante, aqui, são as sensações transmitidas, e, de acordo com Kiko, 'uma coisa muito forte no álbum é o fato de eu trair o violão e do Thiago trair o sax, de buscarmos trazer aos nossos instrumentos características externas, de outras linguagens, estilos e instrumentos. Tudo isso resulta numa coisa diferente, inusitada. Estamos como instrumentistas mais ligados à criação do que simplismente a fazer uma demonstração moribunda de técnicas virtuosas.' "
Texto de Gabriela Alcântara, AQUI


Metá Metá - Oranian (Douglas Germano/Kiko Dinucci)

Metá Metá - Partida em Arujá (Kiko Dinucci)



O disco Metá Metá pode ser baixado AQUI
Saiba mais sobre Kiko Dinucci, AQUI, AQUI e AQUI

Calçada da Cultura - Rodas de Choro

          A Calçada da Cultura convida a todos para participarem das rodas de Chorinho que acontecem no CineClube Humberto Mauro, na Estação. As apresentações têm início às 09:30 da manhã, a entrada é gratuita, e acontecerão nos seguintes dias:



02/10
16/10
30/10






Apresentação de alunos e professores da Escola de Música da Calçada da Cultura na Festa Tropical , no Colégio São José, ocorrida no último dia

Conselheiro Brás Mandou Ver - Dov'e Meneghetti



          "Um retrato da fuga do mais famoso personagem da crônica policial paulistana na década de 1920, Gino Amleto Meneghetti. O ladrão anarquista se notabilizou pela agilidade com que saltava os telhados durante as fugas e pela irreverência com que tratava a polícia. Em Dov'e Meneghetti, de Beto Brant, o humor está no saudosismo. São Paulo, anos 1920. Há uma clara maneira de reunir situações, de filmá-las e de montá-las que produzem a sensação de um passado idílico em sua irreverente manifestação de rebeldia. O criminoso-protagonista, de origem italiana, popular, é quase um clown. A fotografia em convenção um tanto fabular acentua a atmosfera postiça e cândida de certos momentos. Busca-se o humor no resgate de uma inocência perdida. Faz-se poesia com a subversão da lei e com a malandragem empregada para ridicularizar a polícia. Doce malandragem."
Texto de Cléber Eduardo, AQUI








Ficha Técnica do Filme, AQUI
Saiba Mais Sobre Gino Meneghetti, AQUI





           O curta Dov'e Meneghetti, além de ser um dos melhores curtas brasileiros da década de 80, também foi escolhido por abordar personagens da imigração italiana, sendo inclusive falado em boa parte em italiano. É que a próxima Mostra do CineClube Humberto Mauro será sobre a obra dos irmãos Taviani, diretores de primeira do Cinema Italiano.

          "Dividindo cada etapa do processo de realização de seus filmes, do roteiro à direção, os irmãos Paolo e Vittorio Taviani ganharam notoriedade por produções impregnadas de um realismo mágico, onde as barreiras entre ficção e documentário são atenuadas numa obra em que mesmo as temáticas históricas e sociais ganham resultados poéticos."
          "Ainda que influenciados em certa medida pelo neo-realismo dos filmes de Rossellini e De Santis - pelos cenários e iluminação naturais, o uso de atores não profissionais, os personagens prosaicos, etc - os Taviani imprimem uma marca estética própria, que endossa um cinema forte em sua ideologia humanista."
Texto, AQUI

Os Filmes:
28/09 - Kaos Parte I
05/10 - Kaos Parte II
12/10 - A Noite de São Lourenço
19/10 - Bom Dia, Babilônia
26/10 - Pai Patrão

Trailler de Kaos


Fique por dentro da programação do CineClube Humberto Mauro acompanhando sua página, AQUI

Teatro - Augusto Boal e o Teatro do Oprimido


     "Ser cidadão não é viver em sociedade, é transformá-la" - Augusto Boal




"Homem que fez do amor pelo teatro o condutor de sua trajetória de vida, Augusto Boal ganhou reconhecimento internacional a partir da criação do Teatro do Oprimido, metodologia que coloca a arte a serviço da inclusão social. O trabalho, que nasceu a partir dos anos de exílio na América do Sul e rendeu frutos na Europa na década de 70, chegou ao Brasil nos anos 80 fortalecido. Aqui ganhou abrigo e foi aplicado com êxito a fim de gerar benefícios em diversas áreas, da saúde mental ao sistema penitenciário. Toda a experiência do autor e diretor teatral ao longo desses anos rendeu inúmeras e reconhecidas publicações, um campo de conhecimento vasto que continua a dar frutos."
Texto, AQUI


Homenagem a Augusto Boal



          "Depois de exilado pelo regime militar, Boal se dedicou a pesquisar formas teatrais que pudessem ser úteis para oprimidos e oprimidas, criando condições para ultrapassarem o papel de consumidores de bens culturais e assumirem a condição de produtores de cultura e de conhecimento. Para tanto, sistematizou o Teatro do Oprimido, que poderia ser chamado de Teatro do Diálogo que, partindo da encenação de uma situação real, estimula a troca de experiências entre atores e espectadores, através da intervenção direta na ação teatral, visando à análise e a compreensão da estrutura representada e a busca de meios concretos para ações efetivas que levem à transformação daquela realidade.

          Um Método teatral que se baseia no princípio de que o ato de transformar é transformador. Como diria Boal, aquele que transforma as palavras em versos transforma-se em poeta; aquele que transforma o barro em estátua transforma-se em escultor; ao transformar as relações sociais e humanas apresentadas em uma cena de teatro, transforma-se em cidadão. Um Método que busca, através do Diálogo, restituir aos oprimidos o seu direito à palavra e o seu direito de ser.

          Boal sempre insistiu que as técnicas que compõem o Método do Teatro do Oprimido não surgiram como invenção individual e sim como consequência de descobertas coletivas, a partir de experiências concretas que revelaram necessidades objetivas. Cada uma das técnicas do Teatro do Oprimido representa uma resposta encontrada por Boal e pelos colaboradores e colaboradoras que acumulou ao longo de sua carreira."
Texto de Bárbara Santos, AQUI



Teatro do Oprimido



Trailler do filme "Augusto Boal e o Teatro do Oprimido de Zelito Viana



Saiba Mais Sobre Augusto Boal, AQUI AQUI
Saiba Mais Sobre o Teatro do Oprimido, AQUI e AQUI
Assista uma Entrevista com Augusto Boal, AQUI, AQUI e AQUI

Quadrinhos - Rafael Sica

     

          "Mais conhecido por seu trabalho com ilustrações e histórias em quadrinhos (banda desenhada, em Portugal), Rafael Sica desponta como uma das novas revelações do underground brasileiro. Iniciou sua carreira em 2001 e vê a internet como uma grande ferramenta de divulgação de trabalhos artísticos. Já conta com uma notável gama de leitores que acessam sua página periodicamente em busca de suas obras mais recentes. Utilizar o termo “leitor”, aliás, pode parecer curioso, visto que uma de suas características é utilizar pouco ou nenhum conteúdo textual."
          "A temática mais recorrente é o questionamento do modo de vida contemporâneo do ser urbano. Em seus quadrinhos encontramos o horror lado a lado com questões puramente existenciais inseridos na rotina e nos sonhos (ou na falta deles) de seus personagens. Há também críticas ao pragmatismo exarcebado do mundo pós-moderno e à eterna massificação das pessoas, que são a deixa perfeita para o surgimento de um surrealismo poético. Excentricidade pura!"
Texto de Sergio Coletto, AQUI



Saiba mais sobre o trabalho de Rafael Sica, AQUI, AQUI e AQUI

Calçada da Cultura - Batizado de Albino Pinheiro

         Metendo-se onde não é chamada, a Calçada da Cultura resolveu dessa vez se intrometer na nossa tradicional Festa de Agosto, que esse ano se tornou centenária. Além de realizar a decoração da festa, a Calçada aproveitou para oficializar a parceria com a Banda de Ipanema, uma das atrações da festa. Aproveitando o embalo, em plena Praça da Matriz, realizou o batizado do novo boneco (o anterior foi perdido na enchente) em homenagem ao Albino Pinheiro, mítico fundador da Banda de Ipanema.


Fotografia Com Célia


Uma das festas que foram realizadas com sucesso várias vezes na Calçada da Cultura foi a do Dia das Crianças. Aqui uma de alguns anos atrás.











Poesia - Ah… Se Sesse - Zé da Luz

Cordel do Fogo Encantado - Ah...Se Sesse (Zé da Luz)


Se um dia nós se gostasse
Se um dia nós se queresse
Se um dia nós se empareasse
Se juntim nós dois vivesse
Se juntim nós dois morasse
Se juntim nós dois drumisse
Se juntim nós dois morresse
Se pro céu nós assubisse
Mas porém se acontecesse
De São Pedro não abrisse
A porta do céu
E fosse te dizer qualquer tolice.

E se eu me arreliasse
E tu cum eu insistisse
Pra que eu me arresorvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvez que nós dois ficasse
Tarvez que nós dois caisse
E o céu furado arriasse
E as virge toda fugisse!

VJ Marcelo Pelo Mundo - Ravi, Ananda e Anoushka Shankar

       
          Os membros da família Shankar são certamente os mais conhecidos músicos indianos. Tudo começou com a vinda ao ocidente de Ravi Shankar, estimulado pelo interesse em música oriental dos Beatles e de outras bandas rock nos anos sessenta. Depois seu sobrinho, Ananda, buscou um caminho de fusão com a música ocidental misturando os instrumentos tradicionais indianos com guitarras e sintetizadores. E nos últimos anos, seguindo a tradição, a filha de Ravi, Anoushka Shankar, vem defendendo a música clássica indiana no ocidente.

Ravi Shankar - Raga Rangeela Piloo


Ananda Shankar - Streets of Calcutta


Anoushka Shankar - Mishra Pilu



Saiba Mais Sobre Ravi Shankar, AQUI
Saiba Mais Sobre Anoushka Shankar, AQUI

Artes Plásticas - Lygia Pape




Língua Apunhalada
   "Lygia Pape, da mesma geração artística e filiação estética que Lygia Clark e Hélio Oiticica, pertenceu ao Grupo Frente (1953), núcleo do Concretismo no Rio de Janeiro. Ao longo dos anos cinquenta, junto aos demais artistas deste grupo, amadureceu as divergências poéticas com os conretistas de São Paulo, até chegarem à dissidência Neoconreta, formalizada em manifesto e numa exposição, em 1959. Com Clark e Oiticica, Pape estava no epicentro da mais inventiva vanguarda jamais surgida no Brasil. É, pois, uma das mais importantes artistas brasileiras de todos os tempos. A ressonância de seu trabalho não pode ser portanto aferida sem que remetamos sua inquietação experimental a esse momento fundador da arte brasileira contemporânea."
 Texto de Fernando Cocchiarele, AQUI











Saiba Mais Sobre Lygia Pape, AQUI e AQUI

Calçada da Cultura - Batizado de Pixinguinha

          Em uma edição anterior da Meio-Fio já havíamos resgatado as fotos que Jerri Benevides fez do dia em que aconteceu a homenagem à Pixinguinha (veja as fotos: AQUI, AQUI, AQUI e AQUI). Agora é a vez das filmagens realizadas pelo nosso instrutor de audiovisual Douglas Teixeira Abreu, que mostram como foi rico aquele dia para a Calçada da Cultura. Maculelê, capoeira, feijoada, dança, show e, é claro, o batizado do boneco do genial Pixinguinha.




Agora as sequências em separado:

Puxada de Rede


Maculelê


Capoeira


Samba de Roda


O Batizado



Veja as Fotos do Batizado de Pixinguinha, AQUI

Música: Pitanga em Pé de Amora

"Pitanga em Pé de Amora O grupo paulistano Pitanga em Pé de Amora é formado por 4 rapazes e uma moça, idade média 25 anos, com um trabalho 100% autoral. Influenciados por gente do porte de Guinga, Chico Buarque,Tom Jobim e Pixinguinha, os cinco amigos de adolescência, compositores e intérpretes, apresentam um frescor a canção popular com seus instrumentos acústicos. Ângelo Ursini (saxofone, clarinete e flauta), Daniel Altman (violão 7 cordas e voz) e Gabriel Setúbal (trompete, violão e voz) se revezam nas composições do grupo que tem Diego Casas (violão e voz) como letrista oficial. E, Flora Poppovic, além da percussão precisa, principal intérprete, dá o toque feminino à banda com sua linda voz. Os arranjos se resolvem sempre de maneira coletiva - sambas, choros, frevos e canções fazem parte do repertório."
Texto, AQUI 

Pitanga em Pé de Amora - Quando Eu Te Encontrar


Pitanga em Pé de Amora - Melhor Assim


Pitanga em Pé de Amora - Shot


Pitanga em Pé de Amora - Frevo a Tempo




O disco Pitanga em Pé de Amora pode ser baixado AQUI
Saiba Mais Sobre o Grupo, AQUI

Dança - Cia. Danças

 "Criada em 1996 e sediada na cidade de São Paulo, a Cia. Danças é o resultado de um processo iniciado por Claudia de Souza, que reuniu bailarinos de diversas formações e experiências profissionais para desenvolver uma investigação em Dança Contemporânea. A partir da fusão de diversas técnicas e estímulos (originalmente entre a Dança Clássica e Dança Moderna e, depois, a Capoeira, expandindo-se para o universo das Danças Sociais Brasileiras, das Artes Visuais, da Improvisação, do Teatro e de outras mídias) e embasada na investigação e no resgate da cultura brasileira, a linguagem desenvolvida pela companhia busca a identidade de um corpo dançante brasileiro e traz em cena o intérprete como um criador e transformador do movimento. As temáticas surgem da incorporação desta linguagem e como resultado de sua pesquisa, a companhia procura atuar de forma direta na formação e informação dos profissionais e de público, através de workshops, debates e ateliês coreográficos, acreditando na arte como um veículo para a construção da cidadania."
Texto, AQUI


Cia. Danças - Jogo de Dentro


Cia. Danças - 7 e a Mesa


Cia. Danças - Rede



Saiba Mais Sobre a Cia. Danças, AQUI

+ Rafael Sica


Saiba mais sobre o trabalho de Rafael Sica, AQUI, AQUI e AQUI

+ Lygia Pape

       O Divisor


          "Nos anos 1950, Lygia Pape questionava o caráter objetual da arte e criava experiências que ressaltavam o processo e o conceito da obra. Inicialmente comprometida com a pesquisa geométrica do movimento concreto, chega mais tarde a um entendimento da arte que incluía, além do raciocínio, a sensibilidade, a criatividade e a participação. Passou a integrar e reconfigurar as percepções e os movimentos cotidianos, misturando linguagens para levá-las ao mundo como narrativa aberta. Em 1968, Lygia Pape encomenda a confecção de um enorme tecido branco com vários buracos por onde possam passar cabeças e convida um grupo de pessoas a usá-lo ludicamente. Cada uma delas ocupa seu espaço, novos participantes se unem e da reunião coreográfica de movimentos individuais num mesmo corpo forma-se O divisor. O tecido repousa sobre os ombros, isolando da vista dos participantes a coreografia improvisada que executam. Quem está dentro vê apenas as cabeças dos outros e as dobras no tecido, combinadas às sombras em movimento. De fora, vislumbra-se um oceano de pessoas em trânsito: individualidades que se afirmam pelo destaque dos rostos, mas cuja caminhada resulta de uma negociação coletiva."
Texto Original, AQUI





O Ovo


          "Quando fiz o Ovo, um cubo coberto com uma superfície macia onde a pessoa entra, rompe e 'nasce', estava interessada na possibilidade de uma obra sem autor. O Divisor, uma grande superfície de 20 x 30 m, com fendas onde as pessoas enfiam suas cabeças, também foi um trabalho bastante feliz nesse aspecto. O que eu queria fazer naquele momento era um trabalho que fosse coletivo, e que as pessoas pudessem repetir sem que eu estivesse presente. O Ovo e o Divisor são estruturas tão simples que qualquer pessoa pode repetir. Ideologicamente este tipo de proposta seria uma coisa muito generosa, uma arte pública da qual as pessoas poderiam participar. Atualmente, são chamadas de performances."
Texto de Lygia Pape, AQUI


Saiba Mais Sobre Lygia Pape, AQUI e AQUI