8 de fevereiro de 2012

Editorial

       
          É com Teteco mesimo. Mesimo mesmo. O cara meteu o i e criou a sílaba, peremptória e definitiva, para o nosso aprendizado de como afirmar a condição humana e da persona. Teteco mesimo. Teteco engravatado uma vez por ano, chegado do Rio de Janeiro para pôr ordem na casa. A casa, sim, a Santa Fé. Numa destas preciosas estocadas no ventre da Santa Fé, torrão moral de sua formação em homem para a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, ele proferiu a maior dentre todas as suas sentenças:

"A Santa Fé não morreu nem morrerá"

          Foi no Bar do Bijuca. Ou estivesse por governo de outro. No Bar quando do Bijuca aconteceu o melhor do que se apresentou em bilhar, dominó, jogatina e cachaçal para a memória das gerações. E decisões para marcarem a história da Estação e da Santa Fé. Aquela se tornaria definitiva: "A Santa Fé não morreu nem morrerá". O Povo deu de ouvidos e falação com ela. Tanto que o Samba surgiu em 1965, pode ser 66, por composição do Praiano, do Abílio e por alinhavo com o Avelino que era o cara que chefiava os operários da fábrica de gaiolas, meio pela hora do café da tarde. Depois veio aquela coisa maravilhosa na coisa maravilhosa que foi a harmonia do Fernando Garcia. Ficou o que todo mundo conhece:

"Santa Fé ainda não morreu
Não morreu nem morrerá
O autor compôs o samba
Exaltando, exaltando o seu lugar
 Revivendo o passado
 A saudade que ficou
A turma se reuniu
A Estação acompanhou
Cantando o samba que a Santa Fé criou" 

           Aí o processo, que se instaurou por conta de um cara qualquer que disse que a Santa Fé estava morta, paginou de Distrito de Petrópolis até os dias que seguem na Cidade, onde o Carnaval se brinca um bocado pela história da Santa Fé em Escola de Samba. Assim mesimo. Teteco esteve cravando os dentes e com a língua solta desde o início da construção da fala do Samba em nossas vidas. Sem vacilar. Analfabeto; Capoeira; Bom de porrada; Menor fugitivo da polícia; Chef de cuisine; Presidente da Sociedade Carnavalesca Escola de Samba Unidos de Santa Fé; Liderança do movimento popular construído na Rua; Estandarte vivo; Promotor da vida; Pessoa em persona; Persona em pessoa; Passista 360º de girar; Tamborinista; Encrenqueiro de tomar as dores de quem estivesse na pior;  Grito de valentia da cultura popular; Aplaudido e ovacionado escancaradamente por alunos secundaristas do Colégio João Limongi em manhã única de apresentar o samba da Santa Fé pela primeira vez em uma escola pública de São José do Vale do Rio Preto; Ameaça aos burocratas no plantão de tomar conta do samba; Único cara sepultado sob queima de fogos de artifício por estas plagas; Sujeito Homem; Pela sua benção, o nosso respeito e o nosso carinho...

Carnaval - Teteco

Fotografias tirados por Douglas Teixeira Abreu:




Calçada da Cultura - Inscrições Para a Escola de Música e Prestação de Contas



          Estão abertas as inscrições para as aulas de música da Calçada da Cultura. Inscrições e aulas GRÁTIS! Procurar Douglas ou Magno, de segunda a sexta, das 09:30 às 17:00 (menos no horário de almoço - 12:00 às 13:30).
          Venha participar e aprender música você também!


Roda de Choro da Calçada da Cultura - Brejeiro (Ernesto Nazareth)



          Segue também a prestação de contas da segunda parcela do convênio da Associação Calçada da Cultura com o projeto Ponto de Cultura. Essa e a primeira parcela também podem ser consultadas clicando-se no ícone prestação de contas na barra lateral. Clique com o botão direito do mouse na imagem e abra-a em uma nova janela para melhor visualiza-la.

Conselheiro Brás Mandou Ver - Nossa Escola de Samba

       

          Como essa edição da Meio-Fio, o CineClube Humberto Mauro passa o mês de fevereiro regido por Momo, e programou uma mostra com filmes que de uma forma ou de outra abordam a grande festa popular brasileira. Serão quatro sessões, com filmes que vão desde a chanchada, passando pela visão do cinema novo até os mais recentes documentários em curta-metragem,  sempre às quartas-feiras, às 19h30m. E pra já entrar no clima, a sessão de cinema da Meio-Fio traz um clássico do cinema documental brasileiro: Nossa Escola de Samba
          O filme foi um dos muitos da série de importantes documentários produzidos por Thomas Farkas nos anos sessenta e têm a direção do argentino Manuel Horácio Gimenez. Aborda os preparativos da comunidade do Pau da Bandeira para o desfile da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel no carnaval de 1965.
          Ganhou o Prêmio Dziga Vertov no Festival Internacional do Filme, Rio de Janeiro em 1967, e Menção Especial no VIII Festival de Cinema dos Povos Florença, Itália em 1967.





NOSSA ESCOLA DE SAMBA - Manuel Horacio Gimenez (1965)




A programação do CineFolia será:

08/02 - Quando o Carnaval Chegar
15/02 - CineSamba (curta-metragens)
22/02 - Aviso aos Navegantes
29/02 - A Lira do Delírio


          Já está na agenda para os próximos meses do Cine uma homenagem ao cineasta grego recém-falecido Theo Angelopoulos, uma Mostra com o cineasta italiano Luchino Visconti e outra abordando o documentário brasileiro.

Acompanhe a programação do CineClube Humbero Mauro, AQUI

Carnaval - Emilinha Borba

          Emilinha Borba, eterna rainha do rádio, a favorita da marinha, um dos maiores ícones da música brasileira, ela já esteve presente aqui na Calçada da Cultura e foi devidamente homenageada com o batismo de seu personagem. Foi na sexta-feira do Carnaval de 2005 e foi um momento de pura magia, quando a lembrança da era de ouro das marchinhas invadiu a Estação já na chegada da diva, no velho Ford emprestado pelo saudoso Sr. Ari, do Posto Tio Patinhas, e culminou com ela entoando o clássico "Tomara que Chova" e o público inteiro a acompanhando debaixo de muita chuva, confete e serpentina!


Emilinha Borba - Tomara Que Chova (Paquito/Romeu Gentil)


Saiba Mais Sobre Emilinha Borba, AQUI e AQUI

Carnaval - Unidos de Santa Fé

          A Calçada da Cultura não é filha de chocadeira, e se orgulha de pertencer a uma nobre linhagem de movimentos e eventos sociais e culturais nascidos nos bairros de Santa Fé e Estação, linhagem que deu régua e compasso para a atuação da Associação Calçada da Cultura, linhagem que passa pela Lira de Santa Cecília, pelo Hanzar, pela Associação de Moradores e Amigos da Santa Fé, pelas Festas de Stº Antônio e, claro,  pela gloriosa e invicta campeã dos carnavais vale-riopretanos Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Santa Fé.    
          Essas fotos vêm diretos dos anos 80, quase 30 anos atrás, e nos foram trazidas pelo amigo Hércules, filho do primeiro presidente da Unidos de Santa Fé, o saudoso Teixeirinha. Agradecimentos também ao fotógrafo Eliézer pela digitalização das fotos.








Artes Plásticas - J. Carlos




          "Um dos artistas que melhor captaram os traços do carnaval carioca foi o ilustrador e caricaturista J. Carlos. Nascido em 1884, começou a trabalhar profissionalmente em 1902 e daí até a sua morte em 1950 trabalhou ativamente fazendo ilustrações para diversas das maiores revistas da época. Dono de um traço limpo e elegante, foi um dos maiores representantes do estilo Art Déco no Brasil. Fez histórias em quadrinhos, publicidade, caricaturas, cenários e letras de samba, mas seus trabalhos mais conhecidos são as ilustrações que retratam o carnaval na primeira metade do século XX."









          "O fato de pensar as quatro capas simultaneamente permitiu ainda que J. Carlos soltasse sua imaginação para além das combinações cromáticas, criando no carnaval de 1927 quatro capas que juntas contam uma história. Na primeira, sob os auspícios da lua, Colombina se deixa seduzir por Arlequim, enquanto Pierrô assiste a tudo, desolado. Na segunda, o dia está raiando, Pierrô olha perplexo para Arlequim morto à sua frente. Podemos perceber que, ao lado de sua mão direita aberta, a fumaça ainda sai do revolver caído no chão. Terceira capa: terça-feira gorda, sol a pino, emoldurando a cabeça de Arlequim carregada numa bandeja, como um São João Batista, pela amante Colombina, que dança alegremente nos ombros de seu Pierrô. Quarta-feira de cinzas, quarta capa. Nela, um diabo gigantesco varre, entre serpentinas e confetes, os tolos Pierrô e Arlequim. A Colombina pela qual se disputaram a esta altura já está em casa, sonhando com os anjos. Ao lado, sem nenhum medo de ser varrida por aquele diabo que conhece bem, uma cabrocha faceira assiste à cena com ar de desdém."

Texto de Julieta Costa Sobral, AQUI





Saiba Mais Sobre J. Carlos, AQUIAQUI , AQUI e AQUI

Carnaval - Joãosinho Trinta

          No último dia 17 de dezembro o Brasil perdeu seu maior gênio carnavalesco, o homem que revolucionou o desfile das escolas de samba, que proporcionou alguns dos mais belos e inacreditáveis momentos do carnaval, imagens mágicas gravadas de maneira indelével na memória de toda a nação. Lembramos aqui aquela que talvez seja a imagem mais forte de todas, o desfile da Beija-Flor de 1989 - Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia. O desfile do Cristo Redentor vestido em roupas de mendigo e que, proibido pela justiça, desfilou envolto em lona preta. A inscrição: "Mesmo proibido, olhai por nós", multiplicou ainda mais a força do arro original.

O texto é de Gabriel Deslandes:




          "O início do desfile foi, sem dúvida, a imagem mais impactante da história do carnaval carioca. Todos aqueles que tanto criticaram João por não saber trabalhar com um orçamento reduzido calaram-se. Tratava-se de uma imensa ala de mendigos, todos vestidos com farrapos retirados do próprio lixo, ladeando o abre-alas envolto em sucatas com o Cristo proibido. Acredito que ninguém jamais imaginaria assistir à suntuosa Beija-Flor de Nilópolis trajada com estopa e trapos velhos. Tamanho choque provocado pelo conjunto da escola foi suficiente para fazer todas as arquibancadas virem abaixo."



          "A segunda alegoria, denominada Convite, trazia as seguintes inscrições: Mendigo, desocupados, pivetes, meretrizes, profetas, esfomeados e povo da rua. Tirem dos lixos deste imenso país os restos dos luxos… Façam suas fantasias e venham participar deste grandioso Bal Masqué! A partir deste momento, os excluídos carnavalizados seguiram a proposta da escola e saíram para revirar os entulhos em busca das “coisas que brilham”. Um detalhe a ser salientado é que cerca de 500 espectadores que se amontoavam no Viaduto São Sebastião, ao lado da Marquês e Sapucaí, arrobaram os portões dos setores 7 e 9 do Sambódromo e foram preenchendo os espaços vagos nas arquibancadas. Outra observação interessante é o fato de que toda a diretoria da Beija-Flor, inclusive o carnavalesco, desfilou com um uniforme alaranjado propositalmente semelhante à roupa dos garis da COMLURB, a companhia de limpeza do Rio."

Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia


          "Após uma abertura histórica, o segundo setor do desfile passou a retratar o luxo acerbado da aristocracia medieval através de fantasias multicoloridas. Despontaram críticas rígidas à luxúria da Igreja Católica, a mesma instituição que interveio no trabalho do João e que há séculos está afundada em um mar de hipocrisia, na qual os altos membros do clero vivem adornados no vil metal e têm suas catedrais cravejadas das pedras preciosas obtidas com os dízimos de seus fiéis. Não foram esquecidos os quatro cavaleiros do Apocalipse, cercados por arames farpados e tanques de guerra cenográficos, em representação ao lixo da guerra. O setor dedicado ao lixo do sexo trouxe uma aglomeração de loucos e prostitutas deleitados sobre uma sauna romana em um tempo em que a promiscuidade já se tornara algo usual e inquestionável. Com figurinos preto-e-brancos feitos de papéis de jornais, a escola também surpreendeu na crítica à imprensa marrom, acusada de sensacionalismo e de idolatrar acontecimentos negativos. Como não poderia faltar, eis que surge o setor do lixo da política, inteiramente vestido de verde e amarelo, com direito a um teatro de revista no Planalto Central e uma réplica perfeita do Senado Federal, seguido de referências ao lixo dos brinquedos, em uma menção ao excesso de violência nos brinquedos atuais, e ao lixo da feira, onde desfilaram belissimamente as baianas da escola, protestando contra o número absurdo de alimentos que são desperdiçados em um país onde ainda há pessoas vítimas da fome. O desfile foi encerrado pelo irreverente carro O banquete dos mendigos, composto pelos restos de comida do Bal Basqué e repleto de Exus e pombas-gira. Com uma bateria de atuação espetacular e um samba-enredo envolvente, foi o fim de um desfile mágico, um momento apoteótico do carnaval. Uma apresentação emocionante, única, vista por muitos como a melhor da história."


Desfile das Campeãs, quando o povo removeu a lona do Cristo



         "Cristo Mendigo, proibido pela Justiça, em dois momentos. Primeiramente, a breve entrevista de Joãosinho Trinta ao repórter Jânio Nazareth, da TV Manchete, minutos antes do começo do desfile da Beija-Flor. Depois, no Sábado das Campeãs, quando os componentes da escola, por conta própria, começaram a retirar a lona preta que cobria a imagem em meio ao desfile, com direito ao êxtase completo de Fernando Pamplona."


O texto de Gabriel Deslandes pode ser lido na íntegra, AQUI
O restante do desfile da Beija-Flor pode ser visto, AQUI

Calçada da Cultura - Batizado de Silas de Oliveira

          E a Calçada da Cultura, cada vez mais itinerante, voltou a aprontar das suas fora de São José. Dessa vez a festa foi no Renascença Clube, no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro. Tudo começou quando no último mês de dezembro a rapaziada do Samba do Trabalhador, capitaneada pelo grande compositor Moacyr Luz, veio fazer uma apresentação na Estação, dentro do projeto Circuito Estadual das Artes. Moacyr foi homenageado com nosso tradicional batizado, tornando-se mais um dos personagens da Calçada e, emocionado ao ouvir os alunos da nossa  Escola de Música, convidou-os para irem lá no reduto de bambas do Samba do Trabalhador, o Renascença Clube. Uma data foi acertada para a visita, e também para o batizado de uma das figuras mais importantes do samba e do carnaval - Silas de Oliveira.

          Silas é simplesmente o autor daquele que é quase que unanimemente considerado o maior samba-enredo da história: "Aquarela Brasileira". A responsabilidade, que já era grande,ficou ainda maior quando confirmaram a presença de familiares do Silas no local. Depois de apresentados pelo Moacyr, a rapaziada de São José não se intimidou e apresentou alguns números, inclusive a música Saudades da Guanabara, devidamente acompanhados pelo seu autor Moacyr Luz. Aí veio o batizado, e foi um daqueles momentos mágicos, inesquecíveis, família emocionada e Aquarela Brasileira cantada em coro por todos. Belo dia!

Batizado de Silas de Oliveira


Personagem do Moacyr Luz, no Clube Renascença
Junior Oliveira, neto de Silas 

Moacyr Luz, batizando e reverenciando o mestre

Família de Silas reunida

Leci Brandão e Casuarina - Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira)


Saiba Mais Sobre Silas de Oliveira, AQUI

Quadrinhos - J.Carlos

          Além de maravilhoso ilustrador e exímio caricaturista, J. Carlos foi um dos pioneiros dos quadrinhos nacionais, criando vários personagens e histórias nas páginas da Tico-Tico, a primeira revista com circulação regular a dar espaço para os quadrinhos. Abaixo, uma bela página em que J. Carlos retrata um pouco do Carnaval, clique com o botão direito do mouse e abra a link em nova janela para visualizar em melhor resolução:








          J. Carlos também cria no início dos anos 1920 os personagens infantis Jujuba, Lamparina, Goiabada e Carrapicho, numa época em que quase ninguém se preocupava com o público infantil. Não à toa, quando Walt Disney visita o Brasil por ocasião do lançamento de seu filme Fantasia, tenta, sem êxito, levar o artista brasileiro para Hollywood. Há quem diga que o personagem do criador americano Zé Carioca é baseado no personagem Papagaio de J. Carlos, que Disney teria visto em sua passagem pelo país. Ironicamente, ao deixar de desenhar seus personagens infantis em 1941, J. Carlos afirma: "Fi-los durante mais de vinte anos, mas hoje, um esforço tamanho para quê?...Por quê?... A remuneração é tão insignificante. Quem é que pode concorrer com esses originais estereotipados estrangeiros?".

Texto original, AQUI



Saiba Mais Sobre o trabalho de J. Carlos com os quadrinhos, AQUI
E sobre a polêmica sobre a criação do personagem Zé Carioca, AQUI

Poesia: Carlos Drummond de Andrade



Um Homem e seu Carnaval

Deus me abandonou
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido,
Sem olhos, sem boca
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.
O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.
Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.  


Desfile campeão da Mangueira em 1987,
que homenageou o poeta Carlos Drummond de Andrade

+ Carnaval - Emilinha Borba






Emilinha Borba - Menina Direitinha (Rutinaldo Silva/Brasinha/Vicente Amar)


Emilinha Borba - A patroa me contou (Newton Teixeira / Brasinha) 


Emilinha Borba - Pó de mico (Dora Lopes / Renato Araújo / Azildo de Souza / Nilo Viana)


Saiba Mais Sobre Emilinha Borba, AQUI e AQUI

+ Carnaval - Unidos de Santa Fé

          "Fiquei emocionado com essas fotos, as procurava há algum tempo... sabia da existência delas mas não sabia com quem estava.Elas são de meados dos anos 80. A primeira foto, em que estou com minha mulher e o Teixerinha é de 1984, essa foto tem uma representatividade histórica significativa no carnaval e na rivalidade entre Largo e Estação. Primeiro, a fantasia que a Luciane está usando é da Portela, trazida por Dona Helena Quartim que sugeriu uma homenagem à "Florzinha" com direito a faixa com os seguintes dizeres "O G.R.E.S. Unidos de Santa Fé Pede passagem e homenageia sua co-irmã a Flôr da Mocidade" Eu estava com a fantasia da Bateria, que representava os meninos do ensino fundamental, o enredo deste ano foi de minha autoria (Nossa Infância). No retorno da Escola fui desfilar ao lado de Luciane, para recepcionar a Flor da Mocidade, que entraria em seguida, quando tiraram essa foto. Eu a procurei por todo esse tempo... "
          "Segundo, que foi neste carnaval que a Unidos de Santa Fé foi elevada a Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Santa Fé. Primeiro foi cordão, depois bloco carnavalesco, mais tarde a Sociedade Carnavalesca e, por fim, G.R.E.S., a partir de 84. E terceiro, que a partir desse ano as duas Escolas passaram a desfilar na Estação.  Com certeza, no momento certo, essas fotos irão ilustrar o Livro sobre a história de nossos carnavais."

Texto: João Carlos Rabellofolião histórico, um dos artífices da formação da Unidos de Santa Fé e que está preparando um livro sobre a história dos carnavais vale-riopretanos.