Um Homem e seu Carnaval
no meio da orgia
entre uma baiana e uma egípcia.
Estou perdido,
Sem olhos, sem boca
sem dimensões.
As fitas, as cores, os barulhos
passam por mim de raspão.
Pobre poesia.
O pandeiro bate
é dentro do peito
mas ninguém percebe.
Estou lívido, gago.
Eternas namoradas
riem para mim
demonstrando os corpos,
os dentes.
Impossível perdoá-las,
sequer esquecê-las.
Deus me abandonou
no meio do rio.
Estou me afogando
peixes sulfúreos
ondas de éter
curvas curvas curvas
bandeiras de préstitos
pneus silenciosos
grandes abraços largos espaços
eternamente.
Desfile campeão da Mangueira em 1987,
que homenageou o poeta Carlos Drummond de Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário